Bonde do role

Formado em 2005 o grupo veio ao mundo para mostrar com quantas letras se faz uma bagaça de ponta. Tudo começou com o Pedro D’Eyrot, Rodrigo Gorky e Marina Vello. A proposta era fazer música sem compromisso, com letras que brincam com situações do cotidiano e que são tratadas de maneira nada convencional. Bem Vindos ao Bonde do Rolê!

Em 2007 a vocalista Marina Vello acabou se desligando da banda e em um concurso feito na MTV foram eleitas duas novas integrantes, as vocalistas Laura Taylor e Ana Bernardino, cuja formação se mantém até hoje.

Cheios de projetos e em uma imensa correria, conseguimos bater um papo com o Rodrigo e conversar sobre diversos assuntos sobre a Banda. Confira abaixo a entrevista.

Geraldo – Por que o nome Bonde do Rolê?

Gorky – O role do nome vem do lanches role, uma lanchonete perto de onde eu e o pedro moravamos em Curitiba e bonde vem dos “coletivos” do rio. Nunca pegamos e pensamos como iriamos nos chamar. Na epoca a gente tinha umas 5 bandas ao mesmo tempo, tinha alem do bonde, o deviant kid 001, que era o projeto solo do pedro, comigo produzindo, tinha o gessica quer dancar, que era o projeto principal, so que o que acabou vingando foi o bonde. ah, tinha os tutanos também, que era o nosso projeto “acapella”, tipo o medulla da Bjork.

Geraldo – Como o Bonde do Rolê se formou?

Gorky – As bandas eram sempre eu e o Pedro e o Bonde também. A primeira musica do bonde, melo do roboroque, era eu e ele. A marina entrou na verdade pra cantar no Géssica, so que eu pus no cd pra ela ouvir todas as outras bandas e ela quis gravar uma com o bonde também, dai acabou que o bonde é que virou a banda principal, dai jogamos todas as outras de lado mas o mesmo lance de fazer  50 milhões de coisas ta voltando tudo de novo, so que agora dentro do bonde, que é o disco de sambas. Meu disco “solo” de rockabilly e o disco infantil.

Geraldo – As outras bandas que você tinha eram de eletrônica?

Gorky – Sim, o Gessica era Electro, o Deviant Kid era Pop, mas feito tudo com samples, o Belleatec, de Bossa Nova eletrônica, os Tutanos só que era Acapella, mas cheio dos efeitos.

Geraldo – Samba? Por que samba? Conta mais pra gente.

Gorky – Na verdade não só Samba, mas um pouquinho de tudo porque fizemos um sambão que iria pro disco novo, só que dai começamos a fazer vários e um puxou o outro e dai virou uma apresentação ao vivo. É uma idéia de um dvd futuro. A gente já fez as primeiras gravações uns meses atrás no rio.

Geraldo – Como é o gosto dos integrantes da banda? O que mais ouvem?

Gorky – Cada um ouve de tudo um pouco. Pedro ultimamente tem ouvido muito Soca, Laura fica oscilando entre o Rock e o Hip Hop, Ana só deus sabe o que ela ouve e eu ouço de tudo um pouco.

Geraldo – Por que a idéia de formar um grupo voltado ao Funk Carioca?

Gorky – A idéia foi sempre se divertir. Acho que o Funk era uma coisa fácil e que na época escutava muito e também discotecava muito nas festas em que era Dj.

Geraldo – E o Bonde do Role já tinha essa característica ou ela foi acontecendo com o tempo?

Gorky – Característica de que? De usar o Funk carioca? Foi o nosso principio básico desde o começo, tentar fazer Funk Carioca, mas sem usar os samples óbvios que o pessoal do rio sempre usa por isso que veio muito samples de rock, coisas que remetiam a Funk Carioca – como Teachers e Oh Yeah do Daft Punk, Requiem For a Hit da Miss Kittin, Wild Thing do Tone Loc e Mentirosa do Mellow Man Ace.

Geraldo – E falando sobre a idéia de produzir e se divertir, você acha que se o Bonde do Role não tivesse esse jeito mais escraxado, falando sobre coisas do cotidiano e tirando sarro delas, você acha que a banda teria feito tanto sucesso, pois isso acabou sendo um dos diferenciais, o que chamou muita atenção em quem ouvia?

Gorky – Depende, acho que aqui no Brasil sim, mas lá fora acho que foi o inusitado de usar samples diferentes e por ser algo que não estavam acostumados por mais que usássemos samples conhecidos.

Geraldo – Você falou sobre os samples e as influências que as músicas apresentam, como que é a produção das músicas? Tem horas que o som se parece mais a um “pancadão”, outras já entram umas guitarras pesadas e outras são muito eletrônicas, como funciona essa experimentação? O público quando escuta aceita bem?

Gorky – O publico acho que já se acostumou com a misturada toda, a produção também é feita muito solta, se demora demais pra ficar pronta, não soa tão espontânea, acaba soando “travada”.

Geraldo – Como funciona o Bonde do Rolê no Rio de Janeiro, cidade criadora do Funk?

Gorky – Então, até hoje não entendemos muito bem. Fizemos três shows no rio ate hoje e um foi no Tim Festival e outros dois “soltos”. Todos foram legais, mas muito segmentados.

Geraldo – Acha que rola algum preconceito por parte do pessoal do Rio em relação a vocês virem de outras classes ou por que não são nativos de lá e conseqüentemente um dos originários desse som vindos dos morros cariocas?

Gorky – Rola, mas são muito poucos, trabalhamos já com muita gente lá do rio e todos foram ótimos, mas sempre tem um ou outro que não gosta muito. Acham que estamos “roubando” eles.

Geraldo – Quais os futuros projetos?

Gorky – Então, ver se lançamos tudo isso (o disco novo, o disco/dvd de Sambas, o disco/dvd Infantil) pro quanto antes e voltar a fazer remixes. O de samba é o primeiro, dai queremos fazer um de cada estilo meio que EPs/Mini Discos com 5 ou 6 musicas no máximo cada. Também vai ter de Arrocha, Tecnobrega, Forró, Suingueira, Axé ainda não sabemos qual  vai ser o vol. 2

Geraldo – Falando nos remixes, como tão os do Bonde do Role? Entre produções próprias e remixes, qual o número total de músicas lançadas?

Gorky – Vixe, tem bastante. É  um disco inteiro que não saiu (por causa dos samples) mais o disco que saiu mais os lados b e mais os remixes que fizemos dão mais de 50 produções nos últimos três anos.

Geraldo – Uma vez você me disse que achou lindo quando viu um camelô em Campinas vendendo um cd com as músicas do Bonde, como é perceber que grande parcela da população escuta o som de vocês?

Gorky – Na verdade ainda não tenho essa sensação. Acho que terei quando for parado na rua pra dar autografo rsrsrs…

Geraldo – Como anda a parceria com o Diplo e o Cansei de Ser Sexy?

Gorky – O pessoal do Cansei são amigos nossos e o Diplo é o nosso chefe/produtor.

Geraldo – Tem rolado algo em conjunto com eles ultimamente ou está parado?

Gorky –  Com o cansei nunca fizemos nada juntos alem de alguns remixes e uma turnê juntos e com o Diplo é o lance do disco, ele que vai produzir o disco novo também.

Geraldo – Qual foi a melhor apresentação de vocês?

Gorky – Vixe, pergunta difícil…

Geraldo – O que cada um da banda faz enquanto não está tocando? Algum emprego fixo ou coisa do tipo?

Gorky – Nada, todos trabalham com o bonde alem de discotecarem. Ah, minto, a Ana ta estudando canto e a Laura trabalha com moda.

Geraldo – Onde achá-los à noite enquanto não estão se apresentando?

Gorky – Depende do dia da semana, mais fácil achar na internet.

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